25 de jun. de 2014

Esqueçam a Copa das Confederações!

Copa das Confederações: o torneio-início Padrão Fifa.

Faço questão de escrever sobre a campanha dos #MeninosdoMarin na Copa só agora que as oitavas-de-final estão definidas. Em primeiro lugar, porque acredito que quem ganha Copa na primeira fase é vencedor de bolão. Depois, porque é sempre salutar ir contra a tendência natural durante uma Copa que é, a cada rodada, eleger um favorito e, em seguida, quebrar a cara com alguma zebra.

A primeira fase foi embora e, a cada entrevista coletiva, só o que se ouviu foi o #mimimi reclamando a ausência do irmão bastardo do "Fantasma de 50": o espírito da Copa das Confederações. Vou listar algumas boas razões para que você, amigo torcedor, não embarque nessa de jornalista leite com pêra:

1) Copa das Confederações é treino. Jogo é Copa.

Em 2006, o Brasil tomou no quadrado mágico. Ganhou o evento-teste em 2005 e o Parreira, que agora é auxiliar de aspone do Felipão, resolveu encenar o piloto do que anos mais tarde viria ser o Medida Certa - escalando o ataque de 200 quilogramas na Copa: Ronaldo e Adriano.

Em 2009, a Copa das Confederações na África do Sul só serviu para lançar a carreira internacional do Papai Joel. Um ano depois, já na Copa, o único feito do Dunga foi ter esculachado com a Globo, chamando o Alex Escobar de Cagão de Merda!!!

2) Acabou a surpresa.

Ok, mas encare o montar um time como "encontrar uma maneira organizada de jogar". O Brasil disputou a Copa das Confederações com um time que nem a gente tinha visto jogar, quanto mais os gringos. Esse elemento surpresa foi fundamental, mas hoje obviamente, o momento é outro: o time foi minuciosamente estudado pelos adversários. Croácia e México estão aí para não nos deixar mentir.

3) Não foi fácil.

Esse negócio de "espírito da Copa das Confederações"é sempre evocado como se a campanha do tal torneio-início-padrão-Fifa tivesse sido avassaladora, incontestável e ganha sem sustos. M.E.N.T.I.R.A.

A grande vitória contra os espanhóis escondeu a extrema dificuldade que tivemos para passar pelo Uruguai na semifinal: os caras perderam um penalti no início do jogo, empataram e quase viraram o jogo. Na jogada seguinte, o Brasil consegue um escanteio e o Paulinho faz o gol da vitória de cabeça aos 42 minutos do segundo tempo.

4) Aqui é trabalho, Felipão.

O time foi montado, mas não está funcionando na Copa. Os laterais estão encaixotados, o time só sai com ligação direta e a criação de jogadas está nos pés de apenas dois jogadores: Neymar e Oscar. Todos os adversários manjaram o Paulinho; o Hulk tá mais sem jeito em campo do que tocando guitarra no comercial da Budweiser e o Fred é o melhor atacante no estilo "é o que tem pra hoje" de todos os tempos. Ou seja, o Felipão achava que ia passar a Copa inteira distribuindo colete, gozando repórter em entrevista coletiva e ganhando jabá com a cevada da Granja Comary. Felipão, meu filho, vamos trabalhar?