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Ronaldo, O fenômeno, em "Não se faz Copa com hospital." |
O Brasil - refiro-me a elite empresarial brasileira e seus fantoches (a classe política) - comprou a Copa do Mundo como a cereja do bolo de uma plataforma de relações públicas e propaganda interessada em vender ao mundo a imagem do BRASIL NOVA POTÊNCIA. A fortuna de Eike Batista na lista da Forbes, a pacificação e consequente transformação do Rio em cidade olímpica e o gigante que acordou como sexta economia do mundo são alguns exemplos de cases que ganhariam dezenas de prêmios em festivais internacionais de publicidade.
Fifa, CBF, COL (Comitê Organizador Local) e muitos dos seus interlocutores se revezaram, nos últimos sete anos, a lançar declarações no estilo morde-assopra sobre a Copa do Mundo no Brasil.
Tudo começou como um sonho.
Ricardo Teixeira primeiro garantiu que “2014 será uma Copa em que o poder público nada gastará em atividades desportivas.”
À medida em que o tempo foi passando…
Jerôme Valcke engrossou o tom.
Ronaldo, O fenômeno, depois de dizer que não se faz Copa com hospital, escreveu artigo dizendo que a Copa já era legado.
Depois do oba-oba ufanista e das primeiras críticas mais contundentes, a estratégia adotada foi o cinismo corporativo.
Do público nos estádios ao povo nas manifestações, ninguém mais engoliu o papo furado de legado.
Blatter disse que nunca na história…da Fifa, viu país tão atrasado quanto o Brasil.
Aos poucos, a Fifa foi tirando o seu da reta e passou a tratar diretamente com quem manda.
A CBF seguiu a mesma trilha e até o Felipão tirou os glúteos da seringa.
Há menos de 20 dias do evento ainda há estádios em construção, obras de mobilidade urbana sequer saíram do papel, o campeonato nacional está em andamento e a presença da Copa na rua é quase ZERO. Mas Ronaldo, O fenômeno, ainda encontrou tempo para chutar cachorro morto.