27 de set. de 2006

Soulsation Black Party - Boas idéias geram movimento


No melhor espírito ctrl+shift+f11, eu e duas amigas empreendemos uma idéia com tudo pra dar certo. Sexta-feira, dia 29, vai acontecer a Soulsation Black Party – primeira festa de Black Music de João Pessoa. Trata-se de mais uma daquelas idéias que surgem na nossa cabeça sem necessariamente terem compromisso com a realização. Mas essa idéia, não: saiu da cabeça direto para a “Dance Floor”. Se a festa será um sucesso, não sei. Mas que as boas idéias movimentam e mobilizam, não há dúvida. Quando a idéia é boa e realizada com vontade, até o acaso vira amigo.


*Update

A festa foi um sucesso. A verdadeira ligação entre demanda e necessidade conectadas por muitas vibrações positivas e uma idéia mobilizadora. A próxima edição já está em fase de planejamento. Não perdam!

28 de ago. de 2006

Control X - O melhor do mau humor de Arnaldo Branco



O criador do Super Anti-Herói Capitão Presença é, junto com outros ilustradores como Alan Sieber, fonte de ótimas tiradas. Recortei esse quadrinho, mas tem mais.

It's The End Of The World As We Know It

Bem vindo à era da irrelevância da política.

Fica fácil decretar em um ambiente assim tão propício. Mas a verdade é que há 17 anos não caiu apenas o Muro de Berlim. Com o muro caíram o socialismo, o comunismo e todas as ideologias políticas que hoje só existem no discurso. A política – não só no Brasil, é bom que se diga – se transformou numa promiscuidade só: liberais; conservadores; neoliberais; extrema-direita; trabalhistas; republicanos; democratas; social-democratas; radicais; moderados; tucanos e petistas; estão todos juntos no mesmo saco, prontos para morrer, não pela causa, e sim pela boca – assim que assumirem o poder.

A política hoje deve fazer Maquiavel revirar no túmulo. A máxima maquiavélica de que os fins justificam os meios foi corrompida. O fim é comum a todos: tomar o poder, aparelhá-lo, subjugar seus opositores e se perpetuar por anos a fio. Os meios se universalizaram: o lobby, o spinning, as mesadas, mensalões e beiradas não distingüem programas nem plataformas.

Os meios já não precisam de justificativa, os ardis já não espantam ninguém – o que é comum, é normal. A ideologia está lá apenas como peça de decoração, todos sabem de cor, mesmo que não entendam bulhufas do que falam. Faça um teste. Peça para alguém dos Sem Terra explicar a base ideológica do movimento, não sem antes, fechar os olhos. Ao som das palavras de ordem contra a burguesia capitalista, contra a exploração do proletariado, você vai fazer uma viagem no tempo, vai se sentir na própria Revolução Russa e é capaz de sair por aí arrancando até muda de capim.

Sem a contradição que foi exterminada definitivamente depois que os sonhos de padaria das esquerdas sublimaram-se tal qual naftalina. Fazer política, acreditar na política hoje é algo dissonante da realidade. Em 1989, a política se desmanchou no ar, a cortina de ferro se abriu e o tempo parou. O muro caiu, a ficha ainda não.

Ao contrário? Muito pelo contrário.

O excelente Roberto Pompeu de Toledo de Veja, tentou. Mas as evidências não me deixam calar. Não há como contemporizar com a atual crise ética da politicália nacional. Com mensaleiros, confrades ou sanguessugas não tem conversa. Aliás, têm conversas, muitas, todas de preferência abafadas por panos dos mais quentes.

Sob o pretexto de tentar evidenciar que ainda restava ética entre os pares de parlamentares envolvidos em casos de corrupção, Pompeu celebrou o fato de que em uma casa legislativa – Assembléia Legislativa de Rondônia – composta por 25 deputados, ainda existia um único pilar da dignidade cercado por propinas e cochichos por todos os lados. O apelo para que os leitores fizessem o exercício de “ler os números ao contrário” me fez lembrar o trecho de um artigo que escrevi no auge da crise mensaleira: “Chegou a hora de generalizar. No Brasil, não existe político honesto. O máximo que se pode admitir como verossímil é que o político que não é ladrão, é cúmplice da roubalheira, talvez uma cumplicidade forçada pelo espírito de corpo, mas ainda assim uma conivência criminosa. É a Lei do Deixa-Que-Eu-Deixo que impera soberana na República do Faça-O-Que-Eu-Digo-Não-Faça-O-Que-Eu-Faço.”

No Brasil, meu caro Pompeu, entre ativos, passivos e permissivos; queimaram-se todos.

Por entre emendas e brechas: o nascedouro das beiradas e mensalões

Dono de imobiliária faz campanha com uma agência, fecha todas as negociações, a comissão da agência é paga por fora, depois do acerto direto com fornecedores. Não pode usar foto porque o cliente não pode pagar. O cliente lembra que não pode pagar foto. E determina: "Mas é aí que vocês têm que ser criativos."

O cliente resolve abrir espaços para artistas. Os artistas criam suas obras, registram suas obras e as vinculam à marca do ciente, em troca ganham o prazer de poder expôr suas obras como souvenirs de ponto de venda. O artista se rebaixa mas acha que o mecenas, aliás, o cliente, é um verdadeiro visionário das artes.

O cliente resolve então fazer outra campanha. De antemão avisa: "Não tenho dinheiro pra pagar". Quem paga a conta são construtores que vão por seus empreendimentos nos anúncios do cliente. Na verdade quem paga são os fornecedores dos construtores, que têm a honra de poder investir em grandes empresas visionárias, especialistas em negócios de baixo custo e alta rentabilidade. Mas aí, os fornecedores expõem outra faceta, na verdade quem paga a campanha do grande mecenas-cliente-visionário-das-artes-especialista-em-negócios-de-baixo-custo-e-alta-rentabilidade não é o construtor, nem ele fornecedor. O fornecedor acaba de fechar um contrato milionário para tapar buracos de todas as Rodovias Federais, na verdade, como o contrato foi fechado com o governo – que não paga – ocorre um justo acréscimo no preço licitado, afinal nada mais justo do que se preservar do calote do Estado. Na verdade, nem é preciso se preocupar, a agência fez a campanha pro mecenas-cliente-visionário-das-artes-especialista-em-negócios-de-baixo-custo-e-alta-rentabilidade, mas o construtor pagou parte da conta dividida com o seu fornecedor, que contou com a ajuda de um contrato milionário para recauchutar rodovias, levemente inflacionado por uma reserva contra o calote e uma partezinha de fundo de campanha, afinal vem eleição por aí. Assim, garante-se mais obras, já que o fornecedor está lá pra cooperar, o construtor também e a agência…

Bem, a agência com a parte que lhe cabe. Pode, de repente, até pegar a conta da ponta, apostar no marketing político, quem sabe?

Por isso que o Lula não sabe nada do Mensalão. Ô golpezinho bobo perto do status quo.

* Comentário sobre artigo de Amândio Cardoso publicado por Celso Muniz. As lições de poder que a publicidade ensina.

as maravilhas da comunicação instantânea

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:29:33 PM)
lembra da Bruna Surfistinha?

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:29:47 PM)
aquela feiosa lá...

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:29:53 PM)
http://www.youtube.com/watch?v=IjJKpolJTuw&NR

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:30:21 PM)
tem outra "prima" que também atuava nesse mundo virtual

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:30:25 PM)
tem um blog

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:30:30 PM)
uma tal de Madame Bela

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:30:52 PM)
esse video aí é uma das "dicas"

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:30:54 PM)
que ela dá

.:.Wilza.Almeida.:. says: (5:31:12 PM)
sei.

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:31:14 PM)
no video vc entende duas coisas: primeiro porque ela é puta

LC {the shine of dead electric leaves} says: (5:31:20 PM)
e depois porque ela nao é cantora

.:.Wilza.Almeida.:. says: (5:31:30 PM)
hahahahahaah

.:.Wilza.Almeida.:. says: (5:32:50 PM)
mas há a possibilidade dela virar escritora...hehehe


* O vídeo referido na conversa foi deletado por ter conteúdo desrespeitoso às regras contratuais do YouTube.

** Para os interessados nos pormenores da vida fácil de Madame Bela.

4 de jun. de 2006

David Lachapelle: o Fellini da fotografia

Posted by Picasa
Assisti a poucos filmes de Fellini. O mais presente na lembrança é Ammarcord. Mas desde que vi o trabalho de David Lachapelle pela primeira vez, mesmo que inconscientemente estava de acordo com a New York Magazine. Conceituado fotógrafo de moda, o americano faz de suas incursões, que vão de editoriais de moda à cliques inusitados das maiores celebridades internacionais, um esfuziante jogo de luzes e cores marcantes. Alguns trabalhos de Lachapelle merecem destaque especial: o remake em versão hip-hop da Última Ceia, os portraits de Angelina Jolie e Uma Thurman e as várias sessões com sua musa predileta Amanda Lepore (na foto acima evocando a aura de Marilyn Monroe). Mesmo só lembrando dos fartos peitos das estrelas “Fellinianas”, acho que tinham razão quando compararam Lachapelle ao mestre do cinema italiano: é realmente um trabalho de muita exuberância, por assim dizer.

Control X - Millôr Fernandes

"E, no fim, o decapitado se casa com a perneta. Realmente - uma história sem pé nem cabeça."

"Nunca deixe pra amanhã o que pode deixar hoje."

"A hipocrisia começa no bom dia"

"Brasil: condenado ao futuro"

18 de mai. de 2006

Céu

Chama muita atenção na MPB, a quantidade de cantoras em destaque. De Ana Carolina a Zélia Duncan, o número de boas e novas cantoras é significativo, uma fertilidade claramente menos freqüente no gênero masculino. Nem me esforço em tentar contabilizar, até porque esta não é a finalidade do texto. A quantidade de boas intérpretes femininas, aqui, me serve como parâmetro perfeito para demonstrar a qualidade do primeiro trabalho autoral da cantora e compositora paulistana, Céu.
O disco é de uma leveza impressionante. A voz sempre suave e bem colocada de Maria do Céu Whitaker é atração principal, mesmo acompanhada de arranjos originalíssimos, de tiques e toques urbanos do hip hop, de performances de jazz misturadas a rodas de samba e candomblé que poderiam roubar a cena, se não fossem enquadradas por letras tão belas. Destaques, no faixa à faixa, são as canções:
Malemolência, bom exemplo do que é a diversidade do disco, começa com um canto quase declamado de samba-de-breque depois ganha um ar de modernidade, cheio se scratches e efeitos de música eletrônica; Rainha, com uma performance marcante, Céu faz corar de inveja a filha de Elis Regina; 10 contatos, melodia adocicada pela voz e por um dub que brinca com o tempo do mesmo jeito que a intérprete faz com a letra; Mais um lamento, melhor canção, letra belíssima cheia de um lirismo que surpreende; Concrete Jungle, versão bossa nova para um clássico de Bob Marley; Bobeira, samba marcado por letra e surdo que falam alto aos ouvidos sobre a real beleza.
Céu impressiona. Fez o álbum duplo de Marisa Monte, aos meus ouvidos, parecerem mais do mesmo. Fez-me acreditar que ainda há muita originalidade escondida por aí.

São Paulo, céu de chumbo

Fresta em forma de janela para um céu molhado de cinza. De cima, maior ainda do que já é, inspira uma pergunta tão espontânea quanto a dúvida sobre a resposta: para onde mais há de crescer?
Em 10 dias de megalópole, senti que São Paulo quer um pouco de atenção. Assim como as pessoas, uma cidade também sofre de carência. Senti isso na fila do restaurante chinês na Paulista, na informação gentil de um senhor que talvez nunca tenha saído da Mooca, em papos familiares pré-nupciais de gente da minha geração, na frágil ignorância de pessoas sedentas por mais humanidade, no Mercado Municipal comendo um sanduíche de mortadela de última moda e observando as pessoas caminhando e dirigindo por entre elevados, viadutos e avenidas.
Agora, de longe e depois dos dias de sítio, verifico como precisa a impressão que tive há alguns meses. Por trás da “dura poesia concreta de suas esquinas”, há uma fragilidade latente, que pulsa forte no coração de São Paulo e dos paulistanos.

À força

“Eu sou mulher, não me obrigue a fazer sentido.”

Frase citada por Xico Sá em debate sobre a mulher no Saia Justa, Canal GNT.

5 de abr. de 2006

Control X - Nos Olhos dos Outros

Um simples caseiro derrubou o poderoso ministro. O ministro não via o caseiro, mas o caseiro via o ministro. No discurso do ministro, a casa onde trabalhava o caseiro nem sequer existia. Do ponto de vista do caseiro, o ministro era bem diferente da imagem pública.
De perto ninguém é normal. Isso é fato sabido e cantado. Mas homens públicos costumam vender a imagem nada humana de que não têm outros desejos fora o de poder. A maioria parece acreditar no personagem que projeta.
Sabe-se lá por quais razões o caseiro que ninguém via na tal casa resolveu falar que o ministro ia lá. O que se fazia na casa todo mundo já sabia. Outros desejos e o próprio poder ali se misturavam.
Pego na mentira, o ministro descobriu que o caseiro existia, e seu pessoal foi examinar de perto se ele também não era normal. Sua vida foi vasculhada. Havia movimentações financeiras fora dos padrões na conta de um banco estatal.
Os depósitos começaram em janeiro, mas o banco só "estranhou" o movimento fora dos padrões no dia 17 de março, na semana em que o caseiro disse ter visto o ministro na casa. No mesmo dia, o bancão notificou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras e o Banco Central. Os bancos têm obrigação de comunicar em 24 horas movimentações anormais. Naquela mesma sexta-feira, as informações foram parar numa revista.
A conta do caseiro tornou-se pública. Com ela, revelou-se também um drama familiar, numa prova de que ninguém é mesmo normal. Mas os desdobramentos de tamanha invasão de privacidade acabaram derrubando o superministro e serviram para expor gente que, em nome de razões de Estado e desejo de (mais) poder, é capaz de tudo.
De quase tudo, porque não enxerga os olhos de caseiros, motoristas, secretárias, amantes, ex-mulheres etc. Esses conhecem todos de perto.


Extraído da página de opinião da Folha de São Paulo. Edição de número: 28120. Do dia 30/06/2006
Autor: Sérgio Costa

3 de abr. de 2006

Para os anais do estilo



"Fashion e único. Um rolo individual para que possa descobrir o papel higiénico mais luxuoso, surpreendente e sensual."

Papel Higiênico Preto Completamente Fashion. É bom nem mexer muito.

25 de mar. de 2006

Estilo Black Music

Entre idéias, letras e estilo. O terceiro tópico que subnomeia o presente blog anda deveras ausente.
No quesito música, acabei de receber uma ótima dica, de uma ótima fonte.

O site Saravá Club tem um ótimo acervo de black music, funk, hip hop, brazillian lounge, bossa nova, rap e também espaço para posts sobre um pouco de cinema. O melhor de tudo é que você pode fazer os downloads de mp3 completamente grátis.

Baixem por lá.

24 de mar. de 2006

O vôo baixo do Falcão

Em Falcão – Os meninos do tráfico, documentário exibido no Fantástico e produzido pela Central Única das Favelas, assusta a institucionalização da cultura do crime.

A violência é retratada de maneira absurdamente natural. Traços culturais que, de tão presentes, ganham ares de característica antropológica. É como se assistíssemos ao surgimento de um novo ente social, um elo perdido entre a pobreza do sertanejo descrito por nossa literatura e a aspereza de um urbanóide anestesiado pela vida de violência perene.

O documentário se supera por expôr o problema do tráfico de drogas por uma outra perspectiva: a da falta de perspectiva. Comunidades inteiras à margem do Estado lutando para se afastar dos novos e evidentes valores $ociai$. O relato frio de uma infância invisível, de uma população forte entregue à sina “de nascer devendo, viver querendo e ainda assim não se vender”.

Exercite as idéias

“Não confio em ninguém que freqüenta academia”

Danuza Leão - Jornalista e Escritora

Santo de casa

Um simples caseiro elevado à condição de principal atração de um circo em chamas. Protótipo e estereótipo, de herói nacional.
Na verdade, entregue aos leões ou à própria sorte. Exposto como prova irrefutável de um crime. Dono de uma dignidade posta à prova, na calada da noite, por um Brasil que se proclama de todos.
Prova irrefutável mesmo, de como políticos costumam tratar o povo.

16 de fev. de 2006

Control X - João Bobo

É muito chato. Tudo bem, a gente entende, todo mundo é assim, todo mundo balança. Até a terra, que gira, também dá lá suas balançadinhas. Mas é cansativo conviver com pessoas que vivem num eterno equilíbrio instável, como um João Bobo.

O João Bobo, você sabe, é um brinquedo composto por uma base sólida bem pequena e um ego inflado de ar. Aos olhos de quem vê o João Bobo parece imenso, mas basta um sopro pra ele sair do prumo.

E os habitantes do planeta terra neste século XXI parecem estar atacados por uma síndrome do João Bobo. Base sólida ninguém tem, nem de caráter, nem de ética, só um saquinho de areia no fundo. Sobre ele, constroem egos inchados de vento, achando que alcançaram o topo do mundo. Mas na primeira buzinada no trânsito, na primeira frustração num guichê, perdem a cabeça. E saem gritando, xingando,atirando. As mulheres atacadas pelo efeito João Bobo, ficam histéricas e oscilam pendularmente pela menor bobagem.

Se fosse só no plano pessoal, não seria tão grave. Mas o que dizer de uma guerra deflagrada por charges num jornal? De histerias de fãs e fanáticos que culminam em mortes? É triste, mas estamos muito desequilibrados. Não que a solução seja ficar sentado sob uma figueira mas um pouco de silêncio e meditação pode ajudar na busca pelo equilíbrio.

O silêncio acalma a mente, esvazia a ansiedade, desincha o ego, lava a alma. Aplaca os desejos. E ficar quieto, sentado sobre os ísquios, respirando pausadamente, fortalece a musculatura, corrige a coluna e tonifica o corpo. Muito melhor do que viver balançando como um João bobo.

Por Rosana Hermann

Recortado do excelente http://blonicas.zip.net

6 de fev. de 2006

Estrada da fome

Fantástico!!!
Alguns buracos se transformam em abismos intransponíveis, intapáveis.
E lá se vão Bolsa Família, Vale Gás ou Fome Zero tentar encobrir o que não se pode.
"Pior é saber que a Operação Tapa-Tudo, está dando muito certo, antes mesmo de começar."

3 de fev. de 2006

A vida pede parada

A verticalização caiu em cima da hora, no meio do jogo. E me deu uma vontade danada de falar sobre o que vem de cima para baixo.
Por aqui caiu o mundo na cabeça de um jovem de 20 e poucos anos. Mais um jovem morto em circunstâncias de violência extrema.
- Coisa comum, dirão os menos atentos.
O mais chocante, talvez sinal dos tempos em que a juventude não tem causas pra lutar, quanto mais pra morrer, é que o jovem em questão estava aguardando a morte numa parada de ônibus. A vida pediu parada, a morte deu carona. E pela quarta vez em poucos anos, uma pessoa morre esmagada pela inércia de uma cidade que insiste em permanecer na linha.

Um pé na faixa, outro na cova

Andar na linha agora também é andar na faixa.
Educados pela TV a agir como nunca fizemos. Não conseguimos parar. Falta freio porque educação não funciona por controle remoto. E por mais que a cidade se orgulhe da telecidadania, quem paga a conta da covardia que é um herói-bom-moço morto?
Restrinja-se a crítica à campanha promovida pela Prefeitura Municipal apenas ao que toca o papel do Estado. Só cabe a crítica ao poder, cheio de boas intenções no fogo do inferno. A crítica ao pé na faixa é só revolta contra o pé na cova que João Pessoa enterrou faz tempo.

26 de jan. de 2006

Control X - Diálogos Sarcásticos

A Inconstantibilidade de Fausto

- Me passa o arroz.
- Você é muito engraçadinho.
- Obrigado, amor.
- Isso foi irônico, Fausto! I-rô-ni-co!
- Ah. Eu agradeci pelo arroz.


Recortado de tobor.blogspot.com
Mais um dos empreendimentos de João Faissal

23 de jan. de 2006

Top 6 - Os Erros Mais Comuns entre os publicitários

Ser arrogante;
Ser superficial;
Ser autofágico;
Não saber cobrar adequadamente por seu serviço;
Ter o ego maior que o talento;
Adotar a postura do "não é comigo".

17 de jan. de 2006

O paradoxo entre a vida e a morte dos índios.

Há pouco tempo, o Brasil se surpreendia com a notícia de que a população indígena crescera 150% em 10 anos.

"Em apenas uma década, a população indígena no Brasil passou de 294 mil para 734 mil, um aumento de 150%, com crescimento médio anual de 10,8%, bem acima da taxa anual de 1,6% no número de brasileiros como um todo, independente da raça ou da cor".

Já esta semana, uma estatística também surpreendente parece contradizer a realidade mediada pelas manchetes de jornal.

"Em três regiões – Sul, Centro-Oeste e Norte –, morrem mais crianças indígenas com menos de cinco anos do que índios adultos com mais de 65. 'É uma reversão da tendência natural. O comum, em todas as populações, é que a morte ocorra na terceira idade. É preciso tomar providências. Senão, dentro de algum tempo a existência da população indígena estará sob sério risco', constata Adauto Martins Soares Filho, outro pesquisador do Saúde Brasil 2005."

Exercício interpretativo à parte, há algo errado nestas notícias. Ou algum desses índices não é confiável, ou então, observe-se a imprensa em tempos de escassez de notícia e audiência.

16 de jan. de 2006

ato ou efeito de pospor

"Tome-se buraco por ausência; vácuo; vazio; lacuna. Mais que cavidade, aqui os buracos são o sinal mais latente de abandono."


Extraído do texto Operação Tapa-Tudo, escrito em meio a revolta contra o poder público. Em julho de 2004, ás vésperas da eleição para a Prefeitura Municipal de João Pessoa.

TOP 6 - Os Erros Mais Comuns entre os Clientes

Acreditar que diferencial competitivo se cria na agência;


Investir sem acreditar em suas agências;


Não saber diferenciar o que é marketing e publicidade;


Confundir posicionamento com "entender do negócio";


Achar que publicidade sozinha vende;


Confundir negociação com negociata.

seis e eu nem sei

Janeiro de 2006 - Há 6 anos iniciei minha carreira de redator em criação publicitária.
Para comemorar a data, vou fazer algumas listas, frutos de minha observação sobre o mercado, as agências e os profissionais. Vou apontar alguns dos erros em que incorri e que vi muita gente incorrer.

3 de jan. de 2006

Control X

Há um tempo atrás fui a um bloco de carnaval. Entre as tetas da massa,este folião daqui, ao perceber uma janela acesa no último andar do prédio fronteiriço, imediatamente foi acometido de pungente nostalgia.Pude mesmo ver o velhote daquela janela - eu - do alto dos meus oitenta e poucos relembrando de mim aqui, no recôncavo da juventude, entre beijos e goles, neste mesmo bloco em que me vejo ali relembrando de mim aqui sendo assistido de lá...
E então tive a certeza da vida vã. E sorvi de um gole só meia lata de cerveja. E queimei os lábios ressequidos com chá de hortelã. E entoei um samba. E bocejei com as mãos trêmulas. E beijei a menina. E fiquei melancólico com o futuro. E sorri relembrando o passado.

Trecho do livro Regurgitofagia de Michel Melamed