18 de mai. de 2006

São Paulo, céu de chumbo

Fresta em forma de janela para um céu molhado de cinza. De cima, maior ainda do que já é, inspira uma pergunta tão espontânea quanto a dúvida sobre a resposta: para onde mais há de crescer?
Em 10 dias de megalópole, senti que São Paulo quer um pouco de atenção. Assim como as pessoas, uma cidade também sofre de carência. Senti isso na fila do restaurante chinês na Paulista, na informação gentil de um senhor que talvez nunca tenha saído da Mooca, em papos familiares pré-nupciais de gente da minha geração, na frágil ignorância de pessoas sedentas por mais humanidade, no Mercado Municipal comendo um sanduíche de mortadela de última moda e observando as pessoas caminhando e dirigindo por entre elevados, viadutos e avenidas.
Agora, de longe e depois dos dias de sítio, verifico como precisa a impressão que tive há alguns meses. Por trás da “dura poesia concreta de suas esquinas”, há uma fragilidade latente, que pulsa forte no coração de São Paulo e dos paulistanos.

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