22 de fev. de 2008

Fidelização


Se há algo que sempre me chamou a atenção em relação ao comunismo foi a impressão de que só o capitalismo seria capaz de produzir miséria. Com o passar dos tempos e dos regimes comunistas e socialistas por todo o mundo, o mito caiu por terra e mar, só faltava a ilha. No entanto, ainda que o Comunismo Revolucionário Cubano esteja se esvaindo, Fidel Castro pode se gabar de ter criado em Cuba uma espécie de pobreza qualificada: gente letrada e formada em boas escolas, mas sem o auxílio completamente supérfluo dessas coisas retrógradas que se convencionaram chamar de emprego, mercado, dinheiro, etc.

Há na ilha, semanticamente cada vez mais ilha, um "exército-cabeça" de barriga vazia acostumado à rotina de livro pra comida e pra educação.

Cuba hoje tem atletas, cientistas, médicos, professores e até escolas de cinema de vanguarda, todos ilhados e prontos para preservar os ideais da revolução para além dos discursos do comandante-em-chefe.

Fidel renunciou ao cargo de presidente, mas não ao poder. Poder, aliás, que corrompe tanto no capitalismo quanto no comunismo.

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