28 de mar. de 2012

O símbolo Edmundo



Hoje, 28 de março, é o dia em que Edmundo se despede do futebol vestindo a camisa 10 do Vasco. Na verdade, o Edmundo se aposentou no dia 07 de dezembro de 2008, data em que o Vasco foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Dizem que o jogo de hoje é "apenas" simbólico, como se isso fosse pouco. Aliás, reside aí um dos porquês do jogo pintado de cinza - e recheado de estatísticas como assistências e distância percorrida no campo, em que se transformou o futebol. O que há de mais importante no jogo de bola do que sua simbologia?

O Edmundo que se despede hoje ganhou "só um título de expressão" com a camisa do Vasco, é o mesmo que balançou os bagos para a Força Jovem quando jogava no Flamengo, perdeu o penalti mais importante da história do Vasco, é o mesmíssimo jogador que já vi abandonar o campo com raiva do time em uma partida contra o Santos em São Januário. Objetivamente teríamos motivos de sobra para odiá-lo, mas não, Edmundo é amado pela torcida do Vasco. E a resposta é simbólica: a torcida do Vasco se via no jogo do Edmundo. Os jovens sentiam-se representados por sua rebeldia imatura, os pais, tios e avós gostavam de dividir o afeto ora destinado a filhos, sobrinhos e netos, perdoando cada nova explosão de mimo ou raiva do Edmundo, temperamental.

Símbolo desse futebol anárquico, o último amador. Infelizmente, esta espécie não tem mais vez no mundo do futebol, mas se mantém intacta no coração dos torcedores.

Ahh é Edmundo!

Um comentário:

Anônimo disse...

Cheguei aqui via fórum Netvasco. Você muito feliz ao falar dos motivos para essa identificação da torcida do Vasco com Edmundo. Passa muito por essa coisa de se ver dentro de campo mesmo, lutando com sangue nos olhos pela cruz de malta, ficando puto com o companheiro de time que não corre.

Faltou só acrescentar que a questão que coroa a relação torcida do Vasco/Edmundo é a atitude do craque em relação ao rival flamengo. É nesse ponto que a identificação do torcedor médio vascaíno com o ídolo chega ao máximo porque nada mais vascaíno do que um cara que tem prazer em derrotar o rival e que, principalmente, não esconde isso, pelo contrário, expõe claramente.

Romário poderia até fazer 20 gols no framengo... mas com sua atitude de simpatia pelo império do mal nunca causaria na torcida o mesmo impacto de um gol e de uma dancinha do Edmundo em cima deles.