13 de ago. de 2004

DIA SIM, NOITE NÃO

Preguiça.
Até de dizer...
Pregui...
Pergunta tola aquela que tu proferes...
“- Cansada de quê?”.
- De protagonizar minha vida, oras!
- De ter um compromisso ridículo com a depilação!
- De levantar involuntariamente as sobrancelhas!... E me espantar com as atrocidades que dizes do sentido metafórico de “estar por cima”.
Tu bem sabes do capricornianismo que me acomete. E que não uso o meu latim com essas efemeridades.
Ah... Por hoje não me negaceie com os discursos longínquos sobre o dia. Apenas quero deleitar-me – deixe - do sentimento do mundo.
E...
Hum...
Faça-me o favor de me tirar as meias...
De me despir inteira.
De beijar-me as orelhas e a nuca.
E dizer palavras doces.
Faça-me uma massagem nas costas.
Não faça menção aos meus olhos fechados.
E de vez em quando aperte-me contra o peito. De vez em quando só.
Deixa dizer...

"- Hoje me faz amor, José.”

Elisa Araújo é funcionária pública, estudante de Letras e Música

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